Com uma extensa fronteira, que alcança cerca de 3.000 km, nos Estados do Amazonas e do Acre, o Peru é um importante parceiro do Brasil na América Latina. Neste sentido, em caráter de cooperação humanitária, o governo brasileiro, por meio de uma parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Saúde (MS), realizou recentemente doações de medicamentos antirretrovirais e soros antipeçonhentos ao governo peruano.

Como representante máximo no país, o Embaixador brasileiro no Peru, Marcos Lopes, encontrou-se com a Ministra da Saúde do Peru, Patrícia García Funegra, para receber os agradecimentos oficiais pelas 3 últimas doações de medicamentos e soros recebidas. Na ocasião, além das iniciativas na área humanitária, mereceu destaque também um importante projeto de cooperação técnica desenvolvido pelo Brasil no Peru, por meio de uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A Ministra García, além de agradecer as doações brasileiras, citou a necessidade que o governo peruano tem de melhorar os preços dos medicamentos no mercado doméstico e, para isso, indicou que seria bem-vinda cooperação externa para incentivar a produção local de fármacos, assim como tem feito o Brasil nas últimas décadas. Relatou, ainda, os esforços empreendidos por seu ministério em plano chamado "Malária Zero" e na vacinação contra a febre amarela em zonas isoladas do território peruano.

Relativamente às recentes iniciativas na área humanitária, o Brasil doou às autoridades peruanas 70 ampolas de Soro antilonômico (utilizado no tratamento de acidentes causados pela taturana Lonomia obliqua e produzido pelo Instituto Butantan); 70 ampolas de Soro antielapídico (para o tratamento de envenenamentos provocados por picadas de serpentes do gênero Micrurus - corais verdadeiras); como também 300.000 comprimidos de Atazanavir e 60.000 comprimidos de Darunavir, ambos medicamentos antirretrovirais.

Vale ressaltar que as ações de cooperação humanitária realizadas pelo Brasil contribuem para apoiar outros países em situação de necessidade emergencial. As doações não privam os brasileiros do direito ao acesso a medicamentos, que são doados apenas se não fizerem falta a pacientes nacionais.

O Brasil também é grande receptor de doações de medicamentos em situações emergenciais de desabastecimento. Além do dever moral de auxiliar países e pessoas em situação de necessidades básicas de saúde, as ações de cooperação humanitária também reforçam o compromisso institucional que o Brasil tem com a cooperação internacional, princípio consagrado na Constituição brasileira. Como consequência, a projeção internacional do Brasil é também fortalecida.

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Doações humanitárias fortalecem relação com o Peru