Países: Malawi e Moçambique 

Título do Projeto: "Projeto Regional de Fortalecimento do Setor Algodoeiro nas Bacias do Baixo Shire e Zambeze"

Modalidade: Cooperação técnica bilateral 

Vigência do Projeto: 21/11/2014 - 31/07/2020

Instituição Brasileira Cooperante: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA)

Instituição Moçambicana: Instituto do Algodão de Moçambique (IAM)

Instituição Malawiana: Department of Agricultural Research (DARS)

Objetivo: 

• Contribuir para o aumento da competitividade do setor algodoeiro do Malawi e de Moçambique;
• Validação e difusão de tecnologias da Embrapa para o cultivo do algodão e culturas alimentares associadas; 
• Fortalecimento do sistema de produção de sementes de algodão; 
• Capacitação de pesquisadores, extensionistas, técnicos locais e produtores líderes no uso e difusão das tecnologias de produção do algodão em pequenas propriedades;
• Fortalecimento da infraestrutura de algumas unidades de pesquisa selecionadas nos países beneficiários;
• Planejamento e difusão de eficientes sistemas de exploração mediante a introdução de sistemas sustentáveis e adaptáveis à realidade local e sua difusão nas zonas de produção;
• Execução de atividades que contribuam para a produção de sementes de algodão de qualidade; e
• Aprimoramento da infraestrutura de algumas unidades de pesquisa selecionadas nos países beneficiários.

Cenário diagnosticado:

Cenário de produção algodoeira encontrado em ambos países:

• A baixa produtividade agrícola e os baixos rendimentos em fibra (34% a 40%) observados nos dois países são explicados pela utilização de práticas de cultivo ultrapassadas, uso de sementes de baixa qualidade e devido à degradação dos solos decorrente do emprego de sistemas de produção inadequados;
• Os sistemas de cultivo são rudimentares e variam muito entre produtores. A lavoura é conduzida mediante o uso de equipamentos manuais (enxada, pulverizador costal, etc.) e quando existe disponibilidade de bovinos é utilizada a tração animal;
• A semeadura é realizada manualmente e não existem recomendações para época de plantio;
• A calagem e a adubação química do solo com macro e micronutrientes não são realizadas, embora os solos sejam, em sua maioria, ácidos e depauperados;
  
• O controle do crescimento das plantas é realizado apenas em Moçambique por meio da poda da brotação terminal quando o algodão atinge cerca de 1,20 m de altura;
• Tanto em Moçambique como no Malawi, o cultivo do algodão é sempre entremeado com espécies alimentares;
• A colheita é feita manualmente em ambos os países e a qualidade da pluma é ruim porque os produtores não são capacitados tecnicamente para colher a pluma sem contaminantes e não existem incentivos que os estimulem a realizar a colheita com os cuidados necessários à preservação da limpeza e da qualidade da fibra;
• A destruição dos restos de cultura, apesar de recomendada, é feita geralmente com atraso e, quando realizada, os restos culturais são queimados. O controle de doenças e pragas é feito com uso de inseticidas químicos em pulverizações calendarizadas e utilização de um número reduzido de princípios ativos; 
• Não existe nenhum programa de controle biológico e, apenas eventualmente, são utilizados inseticidas botânicos para o controle das pragas.

Moçambique: 

• A produção algodoeira moçambicana se concentra tradicionalmente na região norte do país (55%), mais precisamente em Nampula (30%) e Cabo Delgado (25%);
• Caracterizado pela grande participação da agricultura familiar, o setor envolve cerca de 200 mil famílias, que contribuem com 94,6% da área total cultivada com algodão, explorando em média uma área cultivada de 0,7 hectares por família.

Malawi: 

• O algodão é uma das mais importantes culturas agrícolas do Malawi. O sistema de produção de algodão predominante é o familiar, envolvendo mais de 100 mil famílias que cultivam cerca de 30 mil hectares anuais, sempre em pequenas áreas que variam entre 0,4 a 0,7 hectares;
• A produção anual é de aproximadamente 30 mil toneladas/ano de algodão em pluma e está concentrada no Vale do Shire. Esta região apresenta clima propício para o algodoeiro, com 1.200 m de altitude acima do nível do mar e precipitação anual acima de 1.100 mm. 

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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável observados: